Caminhada orientada incentiva atividade física

03 de Outubro de 2018

Há cerca de quatro anos existe em Flor da Serra do Sul o projeto Caminhada Orientada. Conforme explica a enfermeira Diana Silvestro, a caminhada acontece na praça do lago, todas as terças e quintas-feiras às 17h e também na sexta-feira pela manhã.

“Atualmente quem está participando mais ativamente do projeto são os idosos. Como temos os profissionais da educação física que acompanham a caminhada é feito primeiro os alongamentos e depois seguem os exercícios. No entanto, queremos reforçar o convite para que outros públicos também possam participar, afinal esse é um projeto voltado para, crianças, adolescentes, adultos e idosos”, afirma.

A enfermeira destaca a importância da realização de atividades físicas e a preocupação da Secretaria de Saúde na prevenção de doenças. “Dentro de alguns dias os profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) como nutricionista e fisioterapeuta irão se engajar no projeto, participando algumas vezes para repassar orientações que possam contribuir ainda mais para o sucesso do projeto. Precisamos trabalhar com a prevenção de doenças. Caminhada junto com alimentação equilibrada ajuda muito”, afirma.

Diana destaca ainda que são preocupantes os índices de obesidade no município, especialmente entre as crianças. “É algo que está vindo desde a infância, percebemos que as crianças são sedentárias, ficam muito dentro de casa e quase não brincam, então é um problema que está ficando sério. Convidamos os pais para que participem das caminhadas e levem seus filhos, esse pode ser um momento de convivência, para relaxar. Temos aqui um local muito bonito e apropriado para as caminhadas que é ao redor do lago, e pedimos que as pessoas aproveitem o espaço e os profissionais disponíveis para prestar orientações. Além disso, agora os dias estão ficando mais longos, então as atividades ao ar livre podem se estender para que todos possam praticar”, salienta.

Sobre a obesidade infantil

Se na década de 1970 o principal entrave ao desenvolvimento das crianças brasileiras era a desnutrição, hoje, quase 50 anos depois, a preocupação pende para o extremo oposto da balança. “A obesidade é a maior epidemia de todos os tempos e não deixou o Brasil de fora”, sentencia a pediatra Renata Machado, do Departamento de Endocrinologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

É um problema que afeta gente de todas as idades e começa cada vez mais cedo. Entre meninos e meninas de 5 a 9 anos, 33% já estão acima do peso e 15% são considerados obesos. Nesse ritmo, a estimativa é que a obesidade atinja 11,3 milhões de brasileirinhos em 2025.

E por que os especialistas se inquietam tanto com isso? “Uma criança obesa tem 80% de chance de se tornar um adulto obeso”, alerta Michele Lessa, coordenadora de alimentação e nutrição do Ministério da Saúde. A condição está associada a nada menos que 26 doenças crônicas, como pressão alta e diabetes tipo 2. Nesse cenário, vislumbra-se, pela primeira vez na história recente, uma geração que poderá viver menos e pior que seus pais. Não à toa, de acordo com Michele, o combate à obesidade foi alçado em prioridade para o governo, que aposta em ações de estímulo ao aleitamento materno, à prática de atividade física e à mudança de comportamento alimentar.

Ironicamente, uma criança acima do peso pode até ser considerada desnutrida. Isso por causa da má qualidade da alimentação, que nas últimas décadas vem perdendo nutrientes e ganhando açúcar, gordura e sódio desde muito cedo.

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